E o mendigo em plena Avenida Paulista abre os braços e grita:
- Sou bicho do mato arremessado ao vento da tarde,
brilho onde não há nenhuma esperança.
Criança que fui e serei, almejo algum pedaço de espera na esfera de meus dias.
Perco-me na saudade de mim ao encontro de.
Surpreendo-me quando escuto o nada.
Vácuo de tudo.
História de tudo o que há por vir: O Nada.
A espera esquecida em algum bolso de vigário
escondido em algum bar vestido de travesti.
Engraçado....este filme já passou em algum tempo......
tempo que esperava por mim. Passagem esquecida
na memória parde de um cérebro decomposto por
paixões escondidas em seu calabouço......
Perdi-me na véspera de mim. Véspera da diáspora antonina de mim.
Diáspora especialmente articulada para ser um motim.
Timidamente, presunçosamente uma bomba atômica em mim.
EXPLODIR - EXPLODIR!!!!
Pacientemente esperar os destroços irem ao museu de
arqueologia de mim e fechar-se para produzir o novo.
O Novo. O Renovar. Explosivamente: O Novo!
Pacientemente: o novo. Escolásticamente a diáspora do novo.
O conseguir de novo: o novo
O coração que não envelhece, que muda e cala-se.
Nada de angústia: Nada.
Nada de solidão: Nada.
Nada de ansiedade: Nada.
O Nada à espera do caos.
O símbolo afrodisíaco do ser: O nada.
A espoleta da criação: O nada.
A solidão de tudo: O nada.
E a esfera que aguarda o percurso da fera.
O domador que espera a resignação da fera.
O chicote como símbolo da vitória sobre a fera.
A fera orgulhosa e ferida.
A fera dócil e esquecida.
O domador domando a dor da beleza morta
da fera: A saudade.
O fútil aplauso ao feito do domador: o vazio de seu nada.
A negação da coragem: O nada.
Não há mais fera há o teatro do domador: O nada.
Não há mais a beleza da fera. Não há mais domador.
Há o teatro na esfera. Aplausos na espera do renacismento da fera.
Há espera.
Há......
Abaixa os braços, senta-se no meio fio e dorme.
Este será um espaço onde exporei meus trabalhos tanto de escritos (apesar de não me considerar "escritora") e meus objetos feitos com reciclagem de materiais.
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Quem sou eu
- silponzil
- São Paulo, São Paulo, Brazil
- A cada dia se reforça o discurso e a necessidade da Reciclagem de Materiais, eu respeito. Mas o que mais me atrai é poder dar forma e vida a objetos que estariam fadados às cinzas e a destruição: Reutilizar, Refazer. Respeito ao ambiente, às gerações futuras e aos próprios objetos. Somos uma totalidade. Não há como separar, o conhecimento popular, a arte a cultura, a história. O que nos une é a busca.
3 comentários:
Bac] [vendas@sebodobac.com] [www.becosemsaida.zip.net]
Porra! Curti pra caramba. Pensei que iria um poema curto. Puta poema bem escrito. Whitman sentiria orgulho de você. Beijos do Bac
[Ricardo] [Ricardo Rocha Aguieiras] [aguieiras2002@yahoo.com.br]
Uau!!! Começou bem, poeticamente e com um tema que é importante. Adorei e voltarei sempre, minha amiga adorada! Beijo do Ricardo, o tatuado!
como deletei um antigo blog e que continha este poema, copiei os comentários mais importantes de lá para colocá-los aqui.
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