Em um rompante de lucidez nota sua mão esquerda com sangue pisado e inchada: susto! um sentimento enfim...
Em sua apatia lembra-se instintivamente: e, é a imagem que lhe vem à cabeça: Em algum lugar da cidade querendo sentir algo raspa a mão em um muro qualquer. Em seu desespero por SENTIR esfola sua própria mão: sem dor! Está dolorida demais para perceber qualquer dor física. Sua dor vem da alma. Qual o ponto corpo e alma? E que diabo de dor é esta? que labirinto...A alma humana é o Minotauro ou o Labirinto? Pensamentos de anestesia. A liberdade, realmente, é azul? Nota-se a cor, quando não se vê cor alguma? Que sentido.
Volta-se para si. Ri quando lembra, em mais um flash back de seu dia, o que escreveu no guardanapo no bar quando o garçon pediu para sentar-se:
"Sente-se!
Sente. sente. sente: sentada e sentida experimenta a maciez
de sua própria poltrona e, quase diz: por favor, não jogue amendoins!"
Sua risada ecoa por todo o parque. As crianças que brincam olham-na. Os cães latem acompanhando-a e, na busca de sentimentos, finalmente sente o sol a ofuscar seus olhos que percebe molhados. Garoa?"texto baseado no filme "A Liberdade É Azul" filme de Krzysztof Kieslowski com o qual participei de um concurso em 2006."
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