sexta-feira, 19 de setembro de 2008

à uma geração

Enquanto conquistávamos o mundo
nossa casa ficava cada vez mais deserta:
deserta de cuidados, de amor, de educação.
O mundo não foi conquistado - que cansaço!
A casa caindo:
os olhos se abrindo (tarde demais).
As janelas que não abrem,
o telhado ruindo,
a morte solta como um bichinho de estimação:
A vida fugaz!
Os caminhos cada vez mais vagos.
Por quantos sonhos teremos passado enquanto
dormiam todos os planos por nós pensados?
As esquinas andam soltas como balões.
Em cada um os sonhos esvaem-se soltos pelo ar:
como as palavras ou as emoções.
Os passos vazados em mais um chão: A poeira que
já não sobe translúcida.
As ladainhas de sempre:
os cremes, o corpo e o copo
o pouco do lucidar na transparência.
O ninar. O mimar.
O rimar à procura do mar
na selva acabada de concreto:
com quantos pneus se contrói
um coração atropelado?

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Quem sou eu

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São Paulo, São Paulo, Brazil
A cada dia se reforça o discurso e a necessidade da Reciclagem de Materiais, eu respeito. Mas o que mais me atrai é poder dar forma e vida a objetos que estariam fadados às cinzas e a destruição: Reutilizar, Refazer. Respeito ao ambiente, às gerações futuras e aos próprios objetos. Somos uma totalidade. Não há como separar, o conhecimento popular, a arte a cultura, a história. O que nos une é a busca.