sábado, 4 de julho de 2009

Pergunto o que seria de minha dor sem mim, já que todos perguntam o que seria de mim sem a minha dor. Inútil, sem razão alguma. Quem quer uma dor? pergunto para mim. Coloco nos classificados do Estadão: "VENDE-SE uma dor inexistente mas insistente. Preço: contribuição não para aumentá-la mas para controlá-la".
E, ela me dói a cada desejo de abandoná-la. Mulher fútil ou útil? não sei. Todas às vezes que me dói é uma surpresa: uma mulher de fases. Por favor, não confunda com uma dor de dente ou cabeça: ela me indaga, me invade sempre a perguntar, e vem na hora errada mas no tempo certo. E a gente se convive. Dou álcool à ela e ela preguiçosa dorme, aí eu brinco...às vezes dou Clarice e ela goza obscenamente, aí acendo meu cigarro e a venço ou acho que venço por que me vem com várias perguntas. Acho que minha dor é freudiana, às vezes junguiana e aquelas escolas todas e eu Gestalt "catarclismo"...
Às vezes durmo mas ela insiste e me vem em sonho. É minha sombra ou minha pessoa? Em noites muito agitadas ela consegue me embalar. E, em seus braços durmo e me entrego. Hilariamente ela me anestesia. Para me vingar rio dela, ela me aperta e eu gargalho, louca que sou. Mas, a culpa: a culpa é dela. E ela também se diverte e ri de mim. Percebo que nunca a vencerei e se vencer será que vencerei a mim?
Sem seriedade seguimos rindo de nós, como boas amigas: ela me faz senti-la e eu retribuo sentindo-a.

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A cada dia se reforça o discurso e a necessidade da Reciclagem de Materiais, eu respeito. Mas o que mais me atrai é poder dar forma e vida a objetos que estariam fadados às cinzas e a destruição: Reutilizar, Refazer. Respeito ao ambiente, às gerações futuras e aos próprios objetos. Somos uma totalidade. Não há como separar, o conhecimento popular, a arte a cultura, a história. O que nos une é a busca.