Este será um espaço onde exporei meus trabalhos tanto de escritos (apesar de não me considerar "escritora") e meus objetos feitos com reciclagem de materiais.
domingo, 13 de dezembro de 2009
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
O céu é azul.
O mar é azul.
O teu olhar...
SINCERIDADE:
O céu está cinza.
O mar brabo
O teu olhar...
FOLCLORE:
O céu está estrelado.
O mar ao meu lado.
O teu olhar...
HISTÓRIA:
O céu está pintado
O mar por testemunha.
O teu olhar...
REALIDADE:
O céu está cheio de satélites.
O mar poluído.
O teu olhar....LENTES.
Lentamente....seu!!
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
- Gostei da frase...
- Talvez explique minha memória, esta imagem da qual te falei.
- Ah tá! A moça da internet... ainda?
- Pois é, meu amigo, ainda. Quer outra cerveja?
- Claro...
- É uma coisa que toma o meu corpo entende? E leva minh’alma, minha memória afetiva.
- O que você está precisando é de uma namorada – diz rindo o amigo – ao vivo e a cores, só você mesmo com seu excesso de imaginação para ter essas coisas. Tenho medo por você, diz o amigo rindo
- Não é isto é..., é difícil explicar e fácil ao mesmo tempo.
- Você está apaixonado?
- Não. Acho que não. Mas é parecido. É como se eu pudesse tudo para com ela, mas ao mesmo tempo nada.
- Como assim? Lá vem você com as suas elucubrações.
Riso geral. Chega a outra cerveja. Os dois amigos se confraternizam. Há um breve silêncio cúmplice entre eles.
- Tá certo sem elucubrações: quando se está apaixonado o amante não quer fazer “de um tudo” para alcançar o ser amado às vezes, até esquecendo de si para poder sentir a vida do outro?
- Sim, mas “tête-à-tête” e não por internet... Acabam rindo da rima mal feita – passaríamos fome se tentássemos a poesia, hein?
- Mas voltando ao assunto. É, é engraçado mesmo. Tenho consciência de que talvez, nunca a veja ou talvez, ela nem exista. Vai saber... pode ser um personagem inventado por alguém.
- E daí? Brinca o amigo, - vamos ao psicólogo? Risos.
- O bom que é light. Ou seja, acho que aprendi a dominar minhas emoções... é sério. Talvez ela nem exista. Estou entendendo até os religiosos com isso. Eles adoram uma coisa que não tem certeza que exista. Adoram o vazio. E dizem que este vazio fala com eles. Eu, pelo menos, recebo e-mails... Risos.
- Ah não! Preciso de mais uma cerveja viajou bem que heresia! Falar isto para a minha sogra sou excomungado. Os amigos caem na risada fazendo o sinal da cruz.
- Acho que entrei na modernidade: amor a vídeo-conferência não é bacana? E sem comprometimentos...
- Nada substitui o calor dos corpos...
- Olha, acho que substitui sim. O que não substitui é o vazio dentro de nossos braços. A vontade de abraçar algo. Esta sensação é estranha... É como uma masturbação – corpo e alma,entende?
Nisto passa o garçom, pedem outra cerveja e o cardápio.
- Olha, simplesmente parei de procurar razão onde a razão não prevalece. Adoro a imagem de um pijama preto de alcinhas que ela disse-me estar usando em um de nossos diálogos. Vira-se para o garçom que traz a cerveja – uma porção de carne xadrez, por favor. – Você sabe, mesmo nunca tendo sentido o cheiro da pele desta moça este cheiro parece impregnado em mim... Sinto o roçar de nossas línguas e de minha língua em seus lábios...
- Nossa,isto é paixão!
- Não. Não é não. É puro desejo mesmo. Sinto às vezes o odor entrando pelas minhas narinas. Meu corpo dói de desejo quando penso nela. Minhas mãos ficam cheias com o seu corpo imaginado em mim... É uma loucura? Não sei. Mas está bom demais. Acho que se um dia nos encontrarmos não caberíamos em uma cama ou nasceria uma forte amizade.
- E qual a diferença entre amizade e cama?
- É. Não há muita diferença...
- Mas mudemos de assunto. E a sua mulher quando chega?E ali ficaram cúmplices sem saberem: duas crianças brincando de gente grande e, na memória de um deles, uma alcinha preta caída sobre um ombro imaginário.
Tenta sair da cama, cai de lado, a cabeça está por demais pesada para qualquer esforço. Fecha os olhos em uma tentativa - aliás, todas as tentativas são válidas quando se está só e com o corpo e a alma vazios e pesados ao mesmo tempo.
Prefere ficar mais um tempo ali parado: Há um trompete, um bumbo e um reco-reco dentro de sua cabeça. Todos muito desafinados e desconexos entre si, cada qual quer tocar no ritmo que lhes convêm. Fica imóvel olhando para o teto pensando se esta orquestra um dia irá parar. Lembra-se das aulas de yoga e agora? sempre cochila nas aulas. Olha o drama leitor: só vai para olhar os seios da orientadora, pois é...
Fixa o olhar em uma mancha no teto. Consegue sorrir. A mancha parece uma boca a lhe sorrir. Fecha os olhos novamente, a mancha lhe fala: “que porre hein, meu camarada...” assusta-se abre os olhos arregalados, o que lhe dá uma fisgada na região. Estará bêbado ainda? Ou será loucura? A mancha está lá gargalhando para ele: “Você está surpreso? Sou eu mesma quem lhe fala. Que porre hein? Ficou com quantas nesta noite? Eu sempre fico aqui a observar as suas orgias... Pensei que nunca ouviria minhas palavras.” Com um impulso pula da cama. Sente uma tontura enorme. Quase cai. Se segura no armário de roupas. A orquestra entra em frenesi. Esfrega os olhos. Será loucura? O que tomou ontem para ter alucinações ainda hoje?
“Toma uma aspirina meu chapa” - ouve a voz lhe falar - “acho que está dentro da gavetinha do armário do banheiro pode ser que te ajude um pouco ou você quer um café amargo? Neste caso você terá um pouco mais de trabalho, tá vendo o que dá morar só? Se ao menos você tivesse alguém aqui este alguém lhe faria um café...”, coloca as mãos sobre as orelhas - se não estivesse tão tonto até arriscaria a olhar para cima - e a voz continua “ não se preocupe eu realmente não existo sou a sua consciência, se é que algum dia você conseguiu formar uma” - diz em uma forma jocosa – “mas ao que parece sim, aqui estou! sorte ou azar?” diz estas palavras e solta uma gargalhada, gargalhada que lhe lembra de Chuck o boneco assassino.
Resigna-se cai novamente na cama com os olhos para cima olhando para o teto. Ficará um pouco mais a vontade já que sua consciência resolveu lhe visitar justo hoje. Porque os predadores sentem o cheiro de fraqueza no ar? Sabe que não será nada fácil este momento. Mas vamos lá, e, ele nota a boca gesticulando sem parar. Observa-a e ela até se parece com alguém. Existem dias que prefere ficar surdo, sempre consegue esta façanha quando quer, principalmente quando a ex-esposa aparece por ali lhe pedindo dinheiro para a filha que já há dois anos não vê. Mas aquilo está jogando suas palavras profundamente em seus ouvidos. É impossível não ouvi-la. Será mesmo possível ouvir a voz da consciência como o grilo falante do Pinóquio? Nunca acreditou nas histórias que sua tia lia para ele quando ainda era criança, aliás, sua tia era bizarra: sempre com historinhas de moral no final querendo que acreditasse nas teses cristãs. Será que sua tia estava certa? A única coisa que sabe é que ela está morta: "pobre titia nunca conseguiu me fazer crer nestas coisas".
E a boca gesticula. E ele lembra: lembrar-se é uma das formas de fugir de qualquer situação. Como o episódio no trabalho quando o amigo disse-lhe que tinha perdido o emprego... Coitado! mal sabe que fora ele próprio o responsável pelo afastamento do “amigo” mas, quem mandou o cara saber mais, ser mais competente e achar que realmente eram amigos? Coitado do cara, nunca ficará sabendo que lhe roubara tudo o que tinha, inclusive, a namorada que também descartou como um lenço de papel usado. O mundo não é dos mais espertos? De onde as pessoas acham que arruma tanto sucesso e dinheiro para ter tudo o que tem? E a boca gesticulando... Para que ter consciência nesta fase da vida? Adiantaria alguma coisa? Que coisa chata! Vê o rosto de sua tia naquela mancha: dei para ver fantasmas agora? Isto tudo é uma ilusão. Passeia com os olhos pelo quarto inteiro. Acha o controle remoto da TV bem perto de si. Arrisca a apertar o botão e, lá está o Faustão fazendo que todos os seus fantasmas se dissipem na imagem. Eureca! Lá se foi a consciência, está até melhor. Levanta-se. Coloca a orquestra para afinar. Abre a janela com vista para a Cantareira. Entra uma suave brisa de verão. Há canto dos pássaros. Arrisca até a adivinhar o canto de um. Vai até a cozinha. Aperta o botão do fogão, logo aparece a chama. Pega a chaleira. Coloca água para esquentar. Enquanto sente o cheiro inconfundível de café decide pintar o quarto, coisa que hoje mesmo irá verificar com o síndico do prédio. E, na hora exata toma, com todo o prazer e em uma golada, à sua saborosa ex-companheira consciência: “Tim-tim à minha promoção!”
um ar de medo e de morte - sirenes
A chuva cai. Parece sangue.
A garoa que um dia foi poema
roga aos homens a paciência da paz;
pela inteligência da boemia de São Paulo;
e ao olhar da criança.
Choram mães...
Escrevi isto em um guardanapo na noite do ataque do PCC. Era domingo dia das mães e eu voltava para casa. Fiquei até às 12h30 de segunda-feira vendo toda a madrugada violenta no Habbib´s do Jabaquara. Não tinha ônibus, estavam sendo queimados ou apedrejados no meio do caminho. Foi muito trash...
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
sábado, 26 de setembro de 2009
de cabeça enorme
mãos disformes
e corpo retilíneo.
Quero delineá-la
Abraxá-la!
e antropofagicamente:
comê-la !
(Conhecemos Abraxas através de suas mutações, ora deus, ora deusa.A Femininidade masculina e a feminina a buscar o seu complemento Masculino.Em uma visão gnóstica da divindade, isto é, a visão de uma seita cristã do século II D.C., que atribuía a Deus atributos opostos de bem e mal, luz e sombra.)
terça-feira, 25 de agosto de 2009
domingo, 26 de julho de 2009
sábado, 25 de julho de 2009
essa é sua silhueta para mim.
Mas do domingo a gente espera a segunda
da segunda vem a terça.
da terça a quarta e você nem aí...
Aí chega a quinta.
Na sexta não tenho fôlego
e, espere quer o sábado?
do sábado recomeça a semana.
domingo. segunda. terça e quarta
Na quinta: nada! Na sexta: nem café.
Puxa e o sábado?
o sábado de novo passa.
Sábado. Domingo. Segunda. Terça. Quarta...
E o mês já se foi que pena
você também...
sexta-feira, 24 de julho de 2009
Consórcio de dores e cores de vinhas e vidas.
Escrevo bobagens, eu sei.
Enquanto não chega a hora de dizer o que penso a sós.
A nós: tim-tim!!!
por aquilo que nem acredito mais e, enfim veuve clicquot...
Existir pra que será que existimos?
Insistimos!!! e isso é o que importa.
quinta-feira, 23 de julho de 2009
FÁBULA MODERNA
- O quê!? mas...mas...mas...Rapunzel, você cortou os cabelos? que tatuagens são essas!?
- Como? virou punk!?
- O que aqueles sapatinhos estão fazendo ao lado de sua cama?
- Aaaaah...Cinderela!? Você!??
Quem serei eu quando o beijo chegar?
Humanamente esperar
Humanamente a ventura de chegar
Escárnios... e uma rosa a tocar:
Cor: escarlate
Sorriso: carmim
Olhar: seco
Paraísos prometidos existirão?
Esperanças humanas e sombrias: será?
E de repente
Suicidas renascerão
Prostitutas amarão
Cegos exergarão
Chegarei deste inferno
olharei seus olhos
e na volta desse viajar
apenas direi:
vamos?
De quantos nãos sobrevive um sim?
Para mim isto é coisa de Saturno
Taciturno satélite sobre mim
coisa da aspiral da vida
que diz sim e não, não e sim
e no ziguezaguear desta vida:
(brincadeira de criança - bem-me-quer, não-me-quer)
Eu a sorrir mais uma vez.
Meu sorriso perfeito de boca, olhos e alma aprendo:
Saudade também é alegria - alegoria
de um carnaval imenso dentro de nós:
Não se molha fantasia de papel!
sábado, 11 de julho de 2009
fico estática e pasma:
porque?
A lua brinca com a nuvem
a nuvem segue ao sol
O sol sem nexo se
perde no caminho.
Enquanto a lua gira
A terra se esconde
O eclipse. O estrondo
O encontro:
O mar cabe inteiro
dentro de meu copo.
Meu corpo estático e enfático
às doçuras do luar.
A chuva que persiste e
insiste em me molhar.
Meus cabelos soltos
seguram meu cérebro
E meu cérebro já sem razão
e minha razão pueril
na senilidade do barulho
de vários pensamentos
sussurados em segredo no bar.
Pasme!
Nada faz sentido.
Contido sentimento
porque me torturas?
quarta-feira, 8 de julho de 2009
terça-feira, 7 de julho de 2009
Em meu caminho há uma curva:
ninguém me diz para onde vai esta curva
ninguém diz a não ser a seta--->:
- há uma curva!
em meu espaço há uma curva
Em todo Globo há uma curva:
Será nacionalidade?
Será maldade?
Há uma curva.
No conceito escapo e escrevo:
- há uma curva.
Esquina também
Esquiva talvez
mas....há uma curva!!!
O inesperado. O impensado. O reencontro. O olhar. As mãos. E eu perdida. Você rindo. Eu assustada e você também. A surpresa de te ver e você de me ver. Nas surpresas crescemos. Mas logo esquecemos. E logo rezamos. E logo nos resignamos. E logo nos compreendemos e logo nos esquecemos de nós e logo no vácuo percebemos: continuamos por que a vida é assim: uma criança aprendendo a andar.
Escute o bater das asas das borboletas.
Escuta. Espera de onde te vi e te conheço?
Que papo é esse? Espera!
Já estás de saída?
Não! escuta as mãos se entrelaçando.
Escuta. Espera de onde te vi e te conheço?
Que papo é esse?
Espera! já estás de saída?
Escuta! perceba: um pensamento vôou agora.
Escuta. Espera de onde te vi e te conheço?
Que papo é esse?
Espera. Já estás de saída?
Escuta. Ouça. Olha!
Mais uma energia correndo pelos corpos.
Escuta. Espera. Espera:
te vi e você a chorar: foi!
sábado, 4 de julho de 2009
Uma criatura me espia de cima da janela.
Um vulto olha para mim
e lambe tranquilamente sua patinha
esfregando-a atrás das orelhas.
E, neste trabalho, nos intervalos
olha verdemente para mim.
E, eu pensando...
Ele se limpa.
eu me inquieto...
Ele pula.
E sem me consultar ocupa meu colo e me olha bocejando
e, é como falasse:
-Conforto é uma questão de ponto de vista!
Encolhe-se e dorme.
E, ela me dói a cada desejo de abandoná-la. Mulher fútil ou útil? não sei. Todas às vezes que me dói é uma surpresa: uma mulher de fases. Por favor, não confunda com uma dor de dente ou cabeça: ela me indaga, me invade sempre a perguntar, e vem na hora errada mas no tempo certo. E a gente se convive. Dou álcool à ela e ela preguiçosa dorme, aí eu brinco...às vezes dou Clarice e ela goza obscenamente, aí acendo meu cigarro e a venço ou acho que venço por que me vem com várias perguntas. Acho que minha dor é freudiana, às vezes junguiana e aquelas escolas todas e eu Gestalt "catarclismo"...
Às vezes durmo mas ela insiste e me vem em sonho. É minha sombra ou minha pessoa? Em noites muito agitadas ela consegue me embalar. E, em seus braços durmo e me entrego. Hilariamente ela me anestesia. Para me vingar rio dela, ela me aperta e eu gargalho, louca que sou. Mas, a culpa: a culpa é dela. E ela também se diverte e ri de mim. Percebo que nunca a vencerei e se vencer será que vencerei a mim?
Sem seriedade seguimos rindo de nós, como boas amigas: ela me faz senti-la e eu retribuo sentindo-a.
terça-feira, 30 de junho de 2009
PÁ: LAVRE!
Por que escrever, ou melhor, para que escrever e, para que serve escrever? Qual a serventia das PALAVRAS? Vivemos na era da comunicação. E como já dizia o palhaço Chacrinha: " Alô, alô Terezinha, quem não se comunica se trumbica".
Nessa nova Era vem-me à cabeça o mundo como sendo o pregão da bolsa de valores, sendo que os corretores somos nós: falando mais alto, batendo o martelo, articulando palavras e, assim, fazemos e fechamos os nossos negócios e nem sempre o vencedor o é de direito. E neste comércio esquecemos que a palavra é antes de tudo uma arte. E muito antes, AÇÃO: não pode haver palavra sem ação: "e no princípio era o verbo" ou seja, a vontade do criador em criar. Sendo assim, a palavra faz parte das BELAS ARTES, ao menos, fazia.
Quero chamar a atenção para um segmento desta arte: a RETÓRICA. Com o poder da retórica, ou seja, com a palavra bem articulada, bem definida, bem usada, consigo o que quero em muito menos tempo e não importa se meu produto é o melhor ou não: como articulei melhor o meu discurso: vendi. E como diz o poeta: "não importando se quem pagou quis ouvir".
E, é aí onde mora o problema. Não é só o poeta, no afã de mostrar seu trabalho, que não se importa se quem pagou quis ouvir. Existe o outro lado, pessoas sem ética alguma empurrando por nossas goelas abaixo situações inimagináveis dignas de histórias de ficção mal-escritas. E o mais inaceitável é que esse tipo de gente tem o poder de decidir sobre vidas humanas. Usam e abusam das palavras para enganar, extorquir, roubar senão valores materiais, as próprias vidas de gente humilde. Falo dos políticos, empresários e de pessoas que com um pouco de boa vontade, poderiam amenizar boa parte de alguns problemas de nossa população.
Vejo novamente meu povo morrendo por descaso dessas pessoas que apenas usam da retórica para "verborregar" suas vaidades e aumentar seus lucros fáceis. Novamente injustiças pairam pelo ar com a desculpa de TRAGÉDIA: O que aconteceu em Minas - e o duro é saber que isto acontece em TODAS as regiões do país - com suas águas, em seu sentido inverso - água quer dizer limpeza e não tristeza e muito, muito necessária - mata de novo o novo (vários felipes).
Será que as águas matariam se as pessoas com retórica tirassem as suas palavras do papel e ao invés de jogá-las ao vento e ao próprio ego, agissem? Como já disse, para mim palavra quer dizer ação, e, sinceramente, estou farta de fazedores de palavras vazias e brochas. E vendo o que se transformou o meu País de urubus causa-me asco. Minha grande náusea. Mas há esperança...
Espero que a serventia das palavras e da escrita seja a de dar voz a esse meu povo que, mesmo com tamanho sofrimento, consegue, apesar de seus políticos e empresários, fazer da vida a poesia maior: acreditar.
segunda-feira, 29 de junho de 2009
as pessoas são unas
os acontecimentos milhões
os desejos, enfim...
As doses enormes
os vícios distribuídos
as escolhas unas:
os furtos
os sustos
as escolhas vazias
os infinitos do sonho
as escorregadas
as partidas
as palavras sem nexo
o poeta sem sexo
as pessoas convexas:
a liturgia
as orgias
as escolhas
as bolhas
as descomunhões:
as palavras sem eixo
o vazio
o regato
o legado
o recado.
a falta de imaginação:
há falta
há falta
há...
a letra
a escuta
o aconchego
as mãos
os estanhos
os estranhos
os tamanhos
há...
ah! ah! ah!
enfim:
o surto!
os sustos
os pés
o caminhar - adivinhar
a escuta
o biruta: direção
a biruta: surto
conquistas
enfadonhas memórias
bizarras relações:
a pauta
a flauta
a música!
o som.
As imagens
os ritos de passagem
a miragem
a virgem:
vertigem
a ideia?
Paideia!
sexta-feira, 12 de junho de 2009
A liberdade talvez seja realmente a liquidez de um banco.
Ou ela será aquilo que determino?
E o que determino não está na liquidez de meu ser nem de ninguém
Todo discurso inútil.
Todo discurso inevitável:
fútil!
Além de rima é uma coisa para se pensar.
Azar o meu: Escuto
e passo!
Esta dor que cibalena não cura
que cerveja também não
que toda brincadeira não engana
e que todo tiro não mata
Esta nostalgia que não quer novalgina
que não quer cerveja e despreza música
que se desespera na espera e que sabe que a espera não adianta:
a novalgina, o lexotan e a cibalena também não
Adiantada me dói a ausência tua
Suada e sem mais o porque enxugo a face
beijo o que penso ser a tua testa e durmo.
quarta-feira, 10 de junho de 2009
Matei o Minotauro!
Acordo. Espreguiço-me. Encolho-me e salto! Ando ao banheiro. Lavo meu rosto e olho o espelho que persiste em me olhar fixamente. Recolhendo, talvez aquela história que eu queria contracenar, que está encolhida dentro de minh'alma: lida e deglutida. Abro os olhos, passo a mão pelos cabelos numa tentativa de tirar todo pensamento que me vem de ti. Não quero me lembrar, não quero pensar, não quero mais você. Porque penso? porque me ardo? Conselhos de amigos é esquecer. Conselhos! Ah! conselhos...para que servem mesmo?
E a valsa tocada em meus ouvidos.
Escuto como se o piano desafinado afinasse dentro de mim o que sou e o que perdi.
Poderia colocar, se existisse, uma fita isolante em meus neurônios para isolar você de mim.
Ah, meu Deus! porque não existe?
É, o ser humano é tão incompleto. E eu o sou!
Coloco pasta na escova. E o espelho a me fitar. Conheço estes olhos. Olham e não explicam. Começo a escovar os dentes do lado esquerdo: para cima, para baixo. Reto. E estes gestos me cansam. Para variar vou pro lado direito: em cima, em baixo, para cima, para baixo, pra frente, atrás. A espuma me fere. Lembro-me ser fera.
Cuspo. Mas sua boca permanece, e seu seio em minha língua. Porca miséria!!!
Tiro o meu pijama. Ergo a blusa e ela sai-me sem nenhum sentir: braços estendidos e a mão direita puxa-a para fora de meu corpo: e porque você também não? Gestos. Tudo gesto. Gestual. Rituais. Germinais. Porque você?
Levanto os olhos e me olho nua no espelho. Encaro. Escarro. Já não há sinais da vitalidade de anos atrás. Já não há. Esqueço por momentos que já fui um bebê. Adorada por todos: - engraçadinha: gut, gut da mamãe!!
Como? se acabei de ser jogada fora?
Você de novo?
Ando pela casa: cômodos que viraram labirinto de tão sem graça que estou. Sem perceber preparo o café da manhã para duas pessoas: puro hábito.
Abro o jornal e sem esperar estou lendo em voz alta. Só a cópia da Monalisa me ouve e me responde ferozmente com um sorriso e um olhar.
E a vida segue. Dias e noites passam. Envelheço. Corro e não acho você?
E onde está a mim? Coloco-me à minha disposição. Confusão. Em uma coisa que nem sei mais o que é: Perdi? Ganhei? Corro ao banheiro: náusea.
Conheço este sentimento: náusea. Vontade de colocar a alma no vaso. Dar descarga. Vomitar. Embolar o que existe e o que há por vir. E o que virá?
Ligo o chuveiro. Desfaço a cama. Calmamente entro debaixo d'água. A água cai quase imperceptível em minhas costas. É claro que não é você que me deixou assim. Porém digo que sim. Preciso de um motivo e o motivo para mim é você. Coisas do inconsciente ciente.
E a cada gota em minhas costas uma pergunta e para cada pergunta nenhuma resposta. Todas no ralo a fugirem de mim. E neste estado esqueço-me de tudo que não interessa. E nesta conversa assumo o prumo de mim. Eternamente em mim. Especialmente em mim. E, enfim, percebo: em sua ausência: nasci! Reaprendi. No labirinto escuro, conheci. Esquecer para quê? Aprendi. Claro: Matei o Minotauro!
BALCÃO DE BAR
Talvez a igualdade tão almejada se dê, justamente, nestes lugares. É aí que se discute sobre tudo desde as células-tronco até as tão famosas dores-de-cotovelo. Todos os homens comuns ali de transformam em filósofos, humoristas ou políticos: já presenciei Reformas Políticas e Literárias em seus vários balcões, principalmente o de "copo sujo" (depois do terceiro ou quarto copo todos somos Maurrat ou Lorde Byron!) e, é esta a magia do balcão que mais vale a pena. Mas é preciso ter ouvidos e senso de humor aguçados para saber ouvir e também, "cair fora" antes que algumas desavenças aconteçam (sempre há o "baixo astral")
Mas o bar é, antes de tudo, um templo, e para alguns, um lar onde se pode praticar o sacerdócio da amizade. Deus salve todos os garçons e garçonetes de todos eles: Verdadeiros psicólogos!
Tim-tim!!!
Para Floripa
Alheia a tudo cresci. Normal: Roubava frutas do vizinho. Andava com a bicicleta sem freios. Fui feliz na mais inocente significação da palavra feliz. Trago em mim sinais deste tempo: lindas cicatrizes distribuídas elegantemente pelo meu corpo.Com idade escolar matricularam-me em um colégio de freiras. Surgia em mim a primeira onde de "reforma universal": queria ser missionária de Deus levando as palavras do "senhor" a todos os povos que viviam perfeitamente harmoniosos sem elas. Sou grata ao meu irmão. Com ele li: "Deus não quer ovelhas, quer pastores que o ajudem a completar sua criação" claro, Nietzsche! Se é para salvar alguém tiremos este alguém do conformismo e ignorância.Estava aí meu primeiro choque com a palavra.
Logo após este incidente, tomei contato com outros dois "bruxos" Carlos Drummond e Machado de Assis. Um dizia-me: "ao vencedor as batatas"; o outro um anjo lhe falou: "Vai, Carlos, ser "gauche" na vida..." Não foi ele? fui eu!
Com 17 anos fui ser "gauche" na cidade grande. São Paulo emocionava-me em cada beco em cada esquina. "Alguma coisa acontece em meu coração...", é uma tonelada de emoções. A grande cidade é uma feiticeira que nos rouba o coração e nossas passadas. É impossível ficar-lhe indiferente.
Voltei. Retornei ao interior depois de uma crise nostálgica: "Maninha me mande um gosto de laranja da terra..." Rosinha de Valença. Como nostalgia passa rápido senti grande frustração ao acordar e ver-me no interior. Como resolver este novo incidente? Prestei vestibular. Foram passando pela minha cabeça nomes até então desconhecidos: Le Golf, Marx, Comte, estruturalismo, positivismo...Um monte de "ismos" e "istas" invadiram meu ser. A cobrança ideológica. Como? se há milhões de formas, milhões de coisas para serem descobertas? A perseguição ideológica. Conclusão: crise! Cazuza: " ideologia quero uma para viver" Todas com cheiro e sabor de ranço.
Por que não o novo? as descobertas, as formas, a juventude? Pé na estrada. E cá estou eu em outra cidade grande. Tão grande que cabe em minha imaginação. Tão imensa que cabe em minha cama com meu amor.
E as palavras? onde estão as palavras? enxugam-se depois de mais um banho de mar...
"Não tenho inveja às cigarras: também vou morrer de cantar..." Cecília Meirelles
terça-feira, 9 de junho de 2009
terça-feira, 26 de maio de 2009
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
E o pensamento gira. Gira. Gira. Gira. Gira sem parar em diálogos-monólogos em si: uma discussão em mim e para mim. Chegar à conclusão: (?)!
Arquivo do blog
-
▼
2009
(69)
-
►
junho
(17)
- Fumar a palavra.Comer a palavra.Namorar as palavra...
- Eu que pensei ser uma paixão fulminante...Era come...
- Para Floripa
- Sinto a sua presençacomo uma espécie de somEntrand...
- BALCÃO DE BAR
- ao gourmet
- Matei o Minotauro!
- Solidão pra quê?se todos somos a mesma coisa...Ser...
- Vazio total...perfeitamente explícito!perfeitament...
- Toda nostalgia que sintoEsta dor que cibalena não ...
- Pelo que menos. Pelo que mais.A liberdade talvez s...
- Estou com saudade de mimescrachadarisadalivreestou...
- Os poetas são umas pessoas são unasos aconteciment...
- Abro os olhos ___________ devagarAlgo errado!Minha...
- PÁ: LAVRE!
- Fiz-me fracopara poderver-tepara poderolhar seus o...
- como me acalmarse nasci com amaldição de amar?
-
►
julho
(28)
- Pergunto o que seria de minha dor sem mim, já que ...
- Observo:Uma criatura me espia de cima da janela.Um...
- Domingo andando pela Rua Augusta ouvi esta pérola ...
- Morri e existi tantas vezes que esqueci como se fa...
- Espera já estás a sair?Escute o bater das asas das...
- Estive perto. Estive perto de onde nem eu sei. Mas...
- Este reencontro não estava previsto. Melhor dizer:...
- Chega de falta de modéstia!Abaixo o mau-gosto esca...
- Seria um conto se eu contasseo que há de mim para ...
- Eu te avisei que não seria como tu pensasVocê pens...
- Em minha vida houve uma curvaEm meu caminho há uma...
- Com quantas lágrimasse forma um milagre?Com quanta...
- E a história se repete.Na sola do sapato,nos rastr...
- Há morte?Sim, há a mortee ela ronda a cadacentímet...
- Enquanto o mundo girafico estática e pasma:porque?...
- Noite escura e em minha sombra mais um não!De quan...
- SUTILEZA
- Para onde iremos quando não soubermos mais o camin...
- Perco-me em meus ouvidosneles só o vento e seu nom...
- Preciso_____por_______instanteEscrever__________sa...
- Pernóstica.Persigo,Contigo:- Socorro!!!!Um sentime...
- FÁBULA MODERNA
- Falso eu. Falso você.E no percalço escapo!Tentei n...
- Enquanto escrevo mil vozes dizem. E minha timidez ...
- basta para mim um par de mãosflores fortes em minh...
- Como um domingo que se vaiessa é sua silhueta para...
- Fim de tarde e aquele Sol que quis me aquecer foi-...
- Nas paredes de minha memóriarepousam quadros com p...
-
►
junho
(17)
Quem sou eu
- silponzil
- São Paulo, São Paulo, Brazil
- A cada dia se reforça o discurso e a necessidade da Reciclagem de Materiais, eu respeito. Mas o que mais me atrai é poder dar forma e vida a objetos que estariam fadados às cinzas e a destruição: Reutilizar, Refazer. Respeito ao ambiente, às gerações futuras e aos próprios objetos. Somos uma totalidade. Não há como separar, o conhecimento popular, a arte a cultura, a história. O que nos une é a busca.